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Imagem: Redes sociais/reprodução |
De acordo com as planilhas obtidas pelo Sudoeste Digital, se houvesse fiscalização repressiva aos mais e 600 clandestinos, que absorvem mais de R$1 milhão por mês do faturamento das duas empresas de ônibus, o valor real da tarifa seria de, aproximadamente, R$3,60, o equivalente a 8%.
Como inexiste fiscalização e descumprimento de recomendação da promotora de Justiça, Lucimeire Carvalho, para que o município realize blitze e apreenda os clandestinos, vans e carros de passeio que o transporte ilegal de passageiros acaba influenciando na tarifa.
Entenda o porquê da
fuga de passageiros aumentar a tarifa: O custo por km para um ônibus sair de um
ponto A ao B com um passageiro é mesmo
com 50 passagens. Logo, quanto mais
passageiros, mais pessoas para ajudar naquele custo por km. O inverso àquele custo recairá para somente aqueles
passageiros que restaram nos ônibus.. Então, o que vale dizer: os passageiros
irão patrocinar o projeto das vans com um aumento exorbitante da tarifa.
O relatório técnico encomendado pela Prefeitura recomenda o contrário, alertando que "as vans não podem interferir nos contratos das empresas de ônibus". Ou seja, com a migração de passageiros dos ônibus para os clandestinos, a tarifa sofre influência e o reajuste torna-se inevitável.
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O último reajuste na tarifa foi em fevereiro do ano passado, quando a passagem saltou de R$2,80 para R$3,30. O aumento foi de 18%, considerado bem acima do índice da inflação, por isso foram levantadas suspeitas à época.
Uma delas, sustentada por movimentos estudantis, que protestaram pelas ruas, e insinuava que o Conselho Municipal de Transporte votara o reajuste para reforçar o caixa da Viação Vitória, uma das duas empresas concessionárias.
“O passageiro tem um entendimento e este basicamente
é orientado pelo tempo de permanecia dentro do ônibus, daí se fazer comparações com cidade maiores. Só que
para as empresas de ônibus a percepção é o custo por km. Ou seja, o custo para
movimentar um ônibus de um bairro ao centro com um passageiro é mesmo como se
fosse com 50 passageiros”.
O que muda quando se
junta estes dois pontos de vista?
“Quanto mais passageiro a bordo dos ônibus, menor será a tarifa, porque aquele custo
por km foi divididos por muitos e não
por poucos. Aí alguém diria: mas o ônibus de minha linha anda lotado. Novamente
aqui a visão do passageiro. Só que não podemos esquecer que existem linhas que
não andam cheias. E ainda há o particular dos ônibus terem que circular nas
faixas horárias com baixo número de passageiros.”
“Por fim, outro aspecto que poucos se dão conta. O
ônibus pode estar cheio, porém para cada 100 passageiros ali dentro, cerca de
30 não pagam por estarem amparados pelos direitos sociais (gratuidade).”.
"O Conselho, pressionado pela Prefeitura, atropelou todo processo naquela oportunidade", disse um dos estudantes que estiveram nos últimos protestos. Segundo ele, na verdade o prefeito Herzem Gusmão (MDB) sequer consultou o órgão para efetivar a tarifa.
Depois do reajuste tarifário, há mais de um ano, o Conselho Municipal de Transporte só esteve reunido duas vezes: uma para dar posse a novos membros e outra para discutir o próximo reajuste, mas o apagão de 21 de março suspendeu os trabalhos.
A Viação Vitória tem atravessado momentos turbulentos, resultando em sucessivos atrasos no pagamentos dos salários dos mais de 500 funcionários, além de dívidas ativas com o município e recente processo pré-falimentar.
A empresa deve mais de R$30 milhões ao município, referentes à outorga, além de R$500 mil em notificações, desde o ano passado. Os valores não estão corrigidos.
Soma-se a isso contra a Viação Vitória os salários atrasados aos mais de 500 rodoviários desde abril e descumprimento de acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT). A empresa não se manifestou A Prefeitura não tem expediente nesta segunda-feira (2) devido ao feriado de 2 de Julho (Independência da Bahia).
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